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A História do crochê e sua evolução


O post hoje é  fala um pouco para você sobre a história do crochê e sua evolução.

Acredito que, na grande maioria das famílias, sempre teve alguma pessoa mais habilidosa nessa arte de transformar diferentes tipos de fios em uma peça de vestuário, bem como de decoração.

crochê não precisa lembrar de uma senhorinha, sentada em sua cadeira. O crochê é algo que, principalmente na nossa cultura brasileira.

Está e além disso, sempre esteve presente. Saiba um pouco sobre isso por aqui….

Nesse post para divido com vocês, minha primeira toalhinha de crochê. Foi feita com agulha de metal 1,75.

Para quem conhece, sabe que essa agulha é para trabalhar com fios finos. Uma agulha muito desconfortável que chega a deixar bolhas nos dedos.

E ainda mais, para quem tem o ponto apertado como o meu, nem se fala!. Bolhas são inevitáveis.

Não me lembro quanto tempo demorei para executá-la.

Mas sei o quanto foi trabalhoso, ainda mais, que na minha família não tinha nenhuma crocheteira para ensinar.

Aprendi os primeiros pontos de crochê, em torno dos 8 anos de idade, através de uma toalinha decorativa de minha mãe.

Foi simplesmente paixão a primeira vista!

Acabei imediatamente, tendo uma curiosidade imensa por aprender a técnica.

A toalinha de crochê  (é justamente esta abaixo deste texto).   A primeira que aprendi e reproduzi com muito trabalho.

A única diferença seria somente a cor, pois a de minha mãe era vermelha.

Mesmo não tendo nenhuma crocheteira na família, lembro-me que minha mãe me ensinou a fazer a correntinha, ponto alto e ponto baixo.

Era só o que tinha e precisava para começar a aprender.

A partir daí só fui aprimorando e criando novas peças. Comprava revistas nas bancas, do mesmo modo a vontade de aprender só aumentava.

Aprendi a interpretar os gráficos e para minha decepção, frequentemente muitas das revistas, vinham com a receita errada.

E lamentavelmente só ia descobrir isso quando o trabalho já estava quase concluído.

Era terrível ver tanto tempo dedicado, toda a empolgação  que crescia junto com o crescimento do crochê, e no final, rs…rs…(puf…) nada era como estava no gráfico.

Além disso, o trabalho ficava embabado, ou os desenhos faltavam pontos. Terrivelmente piores do que as minhas tentativas no faz e refaz.

Mas, o mais importante, além disso, de todo esse esforço e sacrifício, foi que EU NÃO DESISTI!.

Pelo contrário; me senti ainda mais curiosa ainda, e ainda mais determinada a aprender cade vez mais sobre a arte do crochê !!!

Aqui compartilho com vocês o resultado final de longo tempo de faz e refaz, de erra e acerta. Abaixo a minha primeira experiência com o crochê.

Minha primeira toalinha de crochê
Minha primeira toalinha de crochê. Luciene Targa

Bom, lembranças a parte, trago então o que consegui pesquisar aqui sobre essa linda arte. 

Eu não considero como “somente” um artesanato, mas uma arte mágica . Imaginem que uma simples agulha de crochê, tão pequena, e fios, pode-se criar maravilhas nas mãos dos artesãos.

Seja um biquinho em panos de prato, colchas, tapetes, amigurumis, vestidos de noiva bem elaborados, sempre gostei e valorizei aos que se dedicam a esse trabalho.

Fazendo as minhas pesquisas aqui sobre A História do crochê, essa técnica tão conhecida e exercida em nosso país.

Cheguei a conclusão que não existe uma precisão de onde realmente se originou essa arte.

Mas encontrei um texto em inglês, cuja referência está abaixo, onde achei um pouco mais esclarecedor e completo sobre as origens e a história do Crochê.

A Origem do Crochê e sua evolução nos tempos

Por que o nome Crochê ou Croche

“Croc” é uma palavra francesa, cujo seu significado é gancho.

Para você que conhece uma agulha de crochê já pode pensar que faz sentido, não é mesmo?.

Pois a pontinha da agulha de crochê, seja de qual tamanho for, nos lembra sim um gancho.

Assim, a palavra crochê se derivou dessa palavra francesa “croc”.

Na França se usa Crochet, mas como estamos por aqui na nossa terrinha Brasil, o nome mesmo é Crochê.

“ Portanto, algumas pesquisas arqueológicas sobre a história do crochê apontam para a China como sendo o primeiro local.

Dessa forma, alcançando mais tarde a Turquia, Índia, Pérsia, Norte da África, chegando finalmente ao continente europeu no século XVIII”.

Rainha Vitória


A história do crochê na Europa

Inicialmente, na Europa, a técnica foi sendo aos poucos modificada.

Os franceses chamam de “crochê no ar” – o tecido e o bastidor de fundo foram sendo abolidos e a linha, fio, começa a ser trabalhado diretamente na agulha.

Com, o tempo essa técnica foi  sendo atribuída tradicionalmente às mulheres de classes populares, porque assim, ela se tornava para as senhoras da nobreza, uma forma de passatempo.

Até mesmo a rainha Vitória (foto acima)  praticava a técnica de crochê. 

Annie Potter, especialista em crochê americano, nos fala em suma, que.:

-“A arte moderna do verdadeiro crochê como conhecemos hoje, foi desenvolvida durante o século XVI.

Tornou-se conhecida como “Laço de crochete”na França e “Laço de corrente”na Inglaterra. (…)

Em 1916, Walter Edmund Roth visitou descendentes dos índios da Guiana e encontrou exemplos de crochê verdadeiro”.

Outro pesquisador, da Dinamarca, Lis Paludan se interessou em buscar as origens do crochê para a Europa.

Nesse ínterim, o mesmo coloca três teorias sobre a história do crochê:

  1. “O Crochê originou-se na Arábia. 
  2. Posteriormente, espalhou-se para Leste para o Tibete e para o oeste na Espanha, de onde seguiu as rotas comerciais árabes para outros países do Mediterrâneo.
  3. A primeira evidência do crochê veio da América do Sul, juntamente com uma tribo primitiva, que teria usado adornos de crochê em ritos de puberdade.;
  4. Na China, muito cedo era apresentado as bonecas tridimensionais trabalhadas em crochê.

Portanto, o próprio Paludan chegou a conclusão que não há “provas convincentes sobre a idade da arte do crochê. Bem como, nem de onde surgiu.

 Antes de 1800, quase não se encontravam na Europa evidências do crochê.

Tambour pode ser o precursor do crochê

historia do creoche 2

A história de crochê Francesa

Havia uma forma muito antiga de bordados que era conhecida na Turquia, Pérsia, Africa do Norte, índia e na china como trabalho de borda.

Isso chegou na Europa em torno de 1700. Portanto, foi quando essa técnica recebeu no nome de “tamboring”, no francês “tambour” ou aqui para nós, tambor.

É uma técnica onde um tecido é esticado dentro de uma moldura, de forma bem tensa. Ainda mais, o trabalho é realizado por baixo desse tecido.

Havia uma agulha com um gancho onde era inserida para baixo.

A história do crochê Francês conta que s trabalhos eram realizados com fios bem finos, e com agulha semelhante a de bordar.

Ali se formava um ponto corrente.

Foi a partir desse tipo de trabalho que, posteriormente em 1800, com a evolução do tambour que os franceses chamavam de “crochê no Ar”.

Ou seja, dessa forma, quando foi retirado o tecido de baixo e o ponto funcionava sozinho.

A história do crochê na Irlanda

A dificuldade em tempos difíceis pode ser realmente a oportunidade para novas criações.

Olha que legal a história do crochê irlândes.

As rendas e crochê irlandês são maravilhosos e tem a sua história.

Entre 1845 a 1850, os irlandeses passaram por dificuldades conhecida como a fome das batatas.

Por outro lado, as condições de vida e de trabalho na Irlanda eram duras. Entre as tarefas domésticas e também trabalhos ao ar livre, para aproveitar ainda mais a luz do sol.

Mas chegava a noite e trabalhando com uma vela, ou lâmpada de óleo, acredito que com as nossas antigas lamparinas.

Os trabalhos naquelas condições eram primitivas, além disso, muitas peças crochetadas eram guardadas embaixo da cama o que as tornavam sujas.

Mas, elas podiam ser lavadas e o brilho das peças eram recapturadas.

Os compradores no exterior não sabiam que os delicados trabalhos dos colares e punhos eram feitos em habitações, nas precárias condições de pobreza.

“Trabalhadores irlandeses – homens, mulheres e crianças – foram organizados através do crochê.

Cooperativas, escolas foram sendo formadas para ensinar a habilidade.

Os professores foram treinados e enviados por toda parte”.

Assim, os irlandeses foram criando novos padrões. Apesar de 1 milhão de irlandeses terem morrido.

Nesse período de fome, frequentemente, as famílias dependiam de seus ganhos de crochê.

Com suas economias, puderam se preparar para emigrar e recomeçar suas vidas no exterior, levando juntamente com elas as suas habilidades na arte do crochê.

Como eram os materiais utilizados

Hoje encontramos diversos materiais. Tanto nas agulhas como em diferentes fios prontos para se realizar a arte de fazer crochê.

Mas nem sempre foi assim. Os irlandeses, usavam qualquer coisa que pudessem colocar nas mãos.

Primeiramente os dedos seguidos de ganchos de metal.

Posteriormente, de madeira, espinha de peixe, osso de animal, chifre, colheres antigas, colher de tartaruga, marfim, cobre, aço, etc..

Nesse período de fome na Irlanda, o crochê irlandês fino era realizado com uma agulha ou um fio rígido.

Deste modo era inserido em uma cortiça de madeira ou árvore, com a extremidade arquivada e dobrada em um pequeno gancho.

“Ao longo dos tempos, uma variedade de materiais foram utilizados simultaneamente:.

-cabelos, gramas, juncos, peles de animais, lã, linho, fios de cobre, seda, fios de algodão”.

E assim, foram sendo desenvolvidos até os  nossos dias diversas opções de fios e materiais para que se possa trabalhar com o crochê.

Alguns não tão comuns:

-como fios de cobre, tiras de plástico, sisal, juta, pedaços de tecido e o que a criatividade permitir.

Atualmente,  temos inúmeras opções de agulhas, nos mais diversos tamanhos e materiais, e  fios.

As facilidades e opções que encontramos hoje, disponíveis em inúmeros estabelecimentos comerciais.

Sempre nos faz pensar ou lembrar como se desenvolveu cada material hoje disponível e o percurso que nossos antepassados passaram e suas dificuldades.

Ao mesmo tempo, para que possamos hoje desfrutar das inúmeras opções existentes de materiais para a elaboração dos projetos de crochê.

Quais eram as primeiras produções do crochê?

Os pontos de crochê foram sendo desenvolvidos e foram muito úteis para as funções masculinas.

Foram criados por exemplo para os caçadores e pescadores, fios de fibras tecidas.

Cordas ou tiras de tecido para apanhar os animais, pássaros e peixes.  

Outros usos foram sendo incorporados na vida doméstica. Além das redes de pesca, utensílios de cozinha, sacos de jogo com nó, por exemplo.

Também o crochê foi sendo desenvolvido posteriormente na decoração.

Usado para ocasiões especiais como nos ritos religiosos, nas celebrações de casamentos, funerais, ornamentação para armas, tornozelos, pulsos.

Os trajes, principalmente na classe mais favorecida, eram utilizados as lindas rendas e peças de crochê em vestidos, casacos, chapéus, tocas, sendo um diferencial na vestimenta entre a classe rica e a classe pobre.

Assim, pode-se pensar que o crochê fez o papel inverso na questão do vestuário, ou seja, uma técnica desenvolvida pela comunidade menos favorecida, sendo imitada e usada pela classe mais nobre.

Fotos da evolução da arte do crochê

Abaixo trouxe para você, entre telas pintadas onde retratam a história do crochê e sua evolução através dos tempos. O crochê está aí!.

De geração a geração, marcando seu lugar na vida das pessoas.


Uma arte que desde sua criação trouxe os seus valores dentro da economia.

Como hobby, sustento de famílias ou como uma forma terapêutica, não podemos deixar de valorizar a importância dessa arte de fazer crochê.

Com apenas uma agulha,fios, e com o principal: 

-as mãos  habilidosas.

Mãos daqueles(as) que se propuseram a aprender, criar e desenvolver nessa arte do crochê.

Ao mesmo tempo, só podemos aplaudir, parabenizar e agradecer pelas inúmeras produções realizadas ao longo dessa história do crochê.

Tenho outros posts por aqui sobre crochê, caso queira visitar, fique a vontade:

Roupas de crochê

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Enfim, tecer uma peça de crochê, pode também nos levar a pensar sobre a forma de tecer as nossas vidas, nossas relações.

As vezes, um ponto ficará mais frouxo, outro apertado, ou ainda, pode-se perder algum ponto em um momento da elaboração da peça e que, com calma e paciência, poderá ser recuperado.

O importante nessa construção de uma peça de crochê, bem como na construção da história de vida de cada um de nós, possamos refletir sobre os resultados que queremos alcançar.

Ao final dessa elaboração, tentando, desmanchando, voltando, recomeçando, para assim poder quem sabe ver o projeto realizado.  

Se não perfeito, como foi pensado inicialmente, mas com a certeza que ali você deu o melhor de si.

Afinal, uma peça artesanal, assim como nossas vidas, traz consigo a singularidade de cada um, com seu jeito especial de ser, um defeitinho aqui e outro lá, não poderá tirar o brilho da peça finalizada.

Obrigada pela sua visita.

Um abraço.

Luciene Targa

Aprenda mais sobre as outras técnicas do crochê

-Saiba mais sobre as agulhas de crochê, como escolher a sua?

-Como aprender crochê e interpretar gráficos de crochê? Um passo a passo completo para você!!!

-Como aumentar ou diminuir pontos no crochê...

Referências

 

 

 

 

 

 

2 thoughts on “A História do crochê e sua evolução

  • Elaine Cristina Silva

    História super interessante!!!

Fechado para comentários.